Sérgio Bronze
Instituto Aleister Crowley
O Sibilar da Serpente - parte 2
NShIQVTh KNKBIM, beijos das estrelas, tem o número 964. Isto os identifica com HMLKVTh RA-HVVR-KVIT, o Reino de Ra-Hoor-Khuit, “a criança Coroada e Conquistadora”. Existe uma identificação também com VHIIThM KALHIM DOI TVB VRO, “e seremos como deuses, conhecendo o Bem e o Mal”; a promessa da Serpente do Eden com respeito ao fruto da Árvore do Conhecimento (Genesis, 3, 5). Esta experiência ocorre quando a Serpente Hadit é “erguida em teu coração”. Realmente, uma mais correta descrição dos beijos das estrelas, NShIQVTh HKVKBIM, soma 969, e este é o número de OLITzVTh HNChShM, a “exaltação da Serpente”. E o ultimal silvo de sua raptura é:
“Venha! Erga teu coração e regozija-te! Nós somos um; nós somos nenhum.”
Talvez a grande experiência destas poucas linhas sobre um trabalho que poderia se estender ao infinito é que, o Liber AL oculta (revela) uma manifestação de algum tipo de Força não conhecida pelos homens, uma força transplutoniana, extraterrestre. Talvez a nossa conclusão final é que qualquer tipo de manifestação de um determinado deus que se diga como tal seja falsa por si só. Existe a Manifestação de algo que jamais se desvela, mas que se utiliza da manifestação, propriamente dita, para comunicar ao homem o Conhecimento e Deleite da Serpente.
Um trecho que sempre nos chamou a atenção e que até hoje nos fascina no Liber AL é:
“Existe um esplendor em meu nome oculto e glorioso, como o sol da meia-noite é sempre o filho.”
AL, III, 74.
Não faremos mais nenhum estudo cabalístico, mas esta parte deixa subentendido que existe uma Manifestação, não manifestável, que foge a compreensão de qualquer estudante ou Besta. Assim, a nossa conclusão final é que o Æon Silencioso teve início e que cabe a cada Iniciado procurar desvelar o silvo da Serpente Flamejante, e que realmente a Palavra do Æon está oculta no Terceiro Capítulo do Liber AL: o mais enigmático, instigante e hermético texto já entregue aos homens.
Seria uma tolice nossa querer desvelar tais mistérios, porém nos contentamos com o pouco que pudemos desenvolver neste trabalho, pois só aqui já existe um trabalho para toda uma vida. Atingir os segredos aqui colocados já nos eleva além do imaginado, mas o imaginado ainda é muito pouco diante tanta Beleza.
Amor é a lei, amor sob vontade.
Este texto aqui publicado é em Memória ao meu amigo Euclydes Lacerda de Almeida.